“Todo mundo tem um mundo secreto dentro de si.
Todas
as pessoas do Mundo, quero dizer todo mundo.
Não importa quão desinteressante e
entediante as pessoas sejam por fora, por dentro elas tem mundos inimagináveis,
magníficos, maravilhosos, estúpidos e incríveis! Não apenas um, mas centenas
de mundos. Milhares Talvez”.
Neil Gaiman
As "obras
proféticas" de William Blake (por exemplo, Vala or The Four Zoas) contêm
uma rica panóplia de deuses originais, como Urizen, Orc, Los, Albion, Rintrah,
Ahania e Enitharmon. Blake foi uma influência importante nos escritos Thelêmicos
de Aleister Crowley, cujo deslumbrante panteão de divindades inventadas e
figuras radicalmente re-moldadas da mitologia egípcia e do Livro do Apocalipse
constituem sua própria mitologia inventada. O Mythos de Cthulhu de H. P.
Lovecraft foi igualmente ocupado por numerosos colaboradores e admiradores.
As tentativas
atuais de produzir uma nova mitologia através de meios colaborativos incluem o
movimento conhecido como Classicismo Novo ou Metamoderno. De acordo com o seu
site (www.reconstructionistart.com), o classicismo
metamoderno procura criar "um vasto
e colaborativo projeto cultural, unindo pintores, poetas, músicos, arquitetos e
todos os artistas em um único empreendimento mitopoético. Nossa meta não é
senão uma tradição mitológica viva: interativa, dinâmica, evolutiva e
relevante”.
Histórias
de George MacDonald e H. Rider Haggard estão nesta categoria. C. S. Lewis
elogiou ambos por seus dons "mitopéicos".
A Terra
Devastada (The Waste Land, no original) de T. S. Eliot (1922) foi uma tentativa
deliberada de modelar uma mitologia do século 20 baseando-se nos temas de
nascimento e renascimento.
Os temas
repetidos das obras de ficção de Jorge Luis Borges (espelhos, labirintos,
tigres, etc.) estimulantemente insinuam um mythos mais profundo subjacente que
ainda furtivamente se priva de de
qualquer apresentação explícita dele.
As obras
pulp de Edgar Rice Burroughs (de 1912) e Robert E. Howard (de 1924) contêm
mundos imaginários vastos o suficiente para serem universos em si mesmos, assim
como a ficção científica de E.E. "Doc" Smith, Frank Herbert, e
Michael Moorcock uma ou duas gerações mais tarde.
Fritz
Leiber (da década de 1930) também criou um vasto mundo, semelhante ao de Robert
E. Howard; Vasto o suficiente para ser um universo, e de fato era um multiverso ficcional. Afirma-se que os
dois protagonistas principais, Fafhrd e Grey Mouser "viajaram por
universos e terras" e acabaram por dizer que terminaram de volta na cidade
fictícia de Lankhmar.
Star
Maker (1937) de Olaf Stapledon é uma tentativa rara de criar um mythos de
ficção científica coeso.
Da década
de 1960 até a década de 1990, Roger Zelazny autor de muitos romances mitopoéticos,
como O Senhor da Luz (Lord of Light, no original). As Crônicas de Ambar de
Zelazny são uma série de dez volumes particularmente notáveis por seus temas
míticos e metafísicos. Zelazny citou a série World of Tiers de Philip José
Farmer como uma influência.
Os
romances e os contos de Stephen King formam um mythos intrincado e altamente
desenvolvido, influenciado em parte pelo universo Lovecraftiano, com
personagens tais como o demoníaco Rei Rubro e Randall Flag que aparecem em
diversas obras dele (e que de outra
maneira não estariam relacionadas), assim como uma força sobrenatural conhecida
somente como "O Branco". A série A Torre Negra serve como um suporte
para este mythos, conectando-se com praticamente todas as várias histórias de
King de uma forma ou de outra.
A série
de livros de Harry Potter, de J. K. Rowling, bem como a série de filmes
adaptados de seu trabalho, existem dentro de um universo mitopoético que
Rowling criou combinando várias mitologias com sua própria fantasia original.
As Crônicas
do Acampamento Meio-Sangue de Rick Riordan, que incluem três séries de cinco
livros cada, Percy Jackson & os Olimpianos, Os Heróis do Olimpo e As
Provações de Apolo, assim como suas adaptações para o cinema, existem dentro de
uma recriação mitopéica das antigas mitologias grega e romana e relatam as
vidas de semi-deuses greco-romanos modernos nascidos nos EUA e suas interações
com os deuses.
Suas
outras obras mitopoéticas, As Crônicas dos Kane e Magnus Chase e os Deuses de
Asgard também são semelhantes, exceto pelo fato de que giram em torno das
mitologias egípcia e nórdica. Os trabalhos de Riordan mesclam elementos da vida
cotidiana de adolescentes como o tema do amadurecimento, TDAH, amor e angústia
adolescente com interpretações modernas de mitologias egípcias e greco-romanas
e sua própria fantasia.
Os
romances de Neil Gaiman, especialmente Lugar Nenhum (Neverwhere, no original), Deuses
Americanos (American Gods, no original) e Os Filhos de Anansi (Anansi Boys, no
original) funcionam da mesma forma.
Fim da
Parte 2
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