segunda-feira, 21 de novembro de 2016

John Byrne Parte 3





       No início dos anos 1980, Byrne fez seu primeiro trabalho para a DC Comics, fazendo o lápis da primeira edição da mini-série The Untold Legend of the Batman . Byrne sempre quis desenhar o Batman, e tinha uma janela de três meses durante a qual ele não estava sob contrato com a Marvel. Ao ouvir sobre a série Untold Legends, Byrne contactou o editor Paul Levitz e expressou seu interesse. A DC aceitou sua proposta , mas não foi antes  de seu segundo mês da janela de três que Byrne recebeu o enredo da primeira edição. Ele disse a Levitz que não conseguiria terminar o projeto devido ao tempo que tinha, apesar de a DC ter dito que pagaria o dobro do que a Marvel pagava a Byrne. Ele, então, fez o lápis da primeira edição, que foi arte-finalizado por Jim Aparo, embora tenha sido concebido por Byrne para receber o nanquim de Terry Austin. Essa experiência deixou Byrne chateado com a DC por um tempo. 

            Perto do fim de seu período na Marvel, Byrne foi contratado pela DC comics para revitalizar seu personagem ícone, Superman. Isso fazia parte da reestruturação de toda a história do Universo DC que a empresa vinha colocando em prática através da série Crise nas Infinitas Terras, e afetaria todos os personagens da editora. A reestruturação do Superman por John Byrne ganhou uma atenção particular da parte da mídia de fora da indústria dos quadrinhos, tendo artigos sobre o assunto publicados na revista Time e no jornal The New York Times.


            Na época, Byrne disse, “Estou levando o Superman de volta ao básico… É basicamente o Superman de Siegel e Shuster se encontrando com o Superman da Fleischer Studios em 1986.” Byrne reduziu significativamente os poderes do Superman (apesar de ele ainda ser um dos seres mais poderosos da Terra), eliminou a Fortaleza da Solidão e  o supercão Krypto e manteve Jonathan e Martha Kent vivos durante a vida adulta de Clark para poderem desfrutar os triunfos de seu filho adotivo, assim como para aconselhá-lo e dar-lhe apoio e suporte quando precisasse.  Byrne também usou a ideia de Marv Wolfman de transformar Lex Luthor em um rico homem de negócios além das características de gênio científico com um desejo de vingança mortal contra o super-herói. Ele também eliminou a carreira adolescente do personagem como Superboy. Em sua história remodelada, Clark Kent não usa uniforme e nem age como super-herói antes da idade adulta. Essa abordagem do caminho que levou Clark Kent a se tornar Superman depois serviu de base para a série de tv Smallville e também foi usada no livro de Tom De Haven de 2005 entitulado It’s Superman.


            No mythos do Superman, Byrne escrevia Clark Kent com uma personalidade mais agressiva e extrovertida do que era retratado antes, chegando até a mostrá-lo como um grande jogador de futebol Americano na época do Ensino Médio. O autor também criou explicações para como o disfarce do Superman funcionava, tais como o fato de o público simplesmente não perceber que ele tinha uma identidade secreta já que ele não usa mascara, que Superman vibrava seu rosto em supervelocidade para deixar seu rosto borrado quando fosse fotografado. Kent também possuía aparelhos de musculação em seu apartamento para justificar seu físico avantajado. O Superman de Byrne sentia que suas raízes mais profundas estava no planeta Terra e que seu planeta natal “Krypton é anátema para ele”.

            A origem e início de carreira da versão de Byrne do Superman estreou numa mini-série de seis edições chamada O Homem de Aço (The Man of Steel, no original, de Julho a Setembro de 1986), cuja primeira edição foi vendida com duas versões de capas diferentes ilustradas por Byrne, sendo esta a primeira vez que a indústria de quadrinhos usou capas variantes.


            Byrne fez também o lápis do Crossover de seis edições do Universo DC Lendas ( Legends no original, de novembro de 1986 a maio de 1987) neste mesmo período. Ele escreveu e desenhou dois títulos mensais do Superman: Superman (começando do número 1, cuja contagem havia sido reiniciada devido ao projeto de reestruturação pós-crise) e Action Comics (começando pela edição 584, já que a revista não teve a contagem reiniciada). A revista Superman posteriormente foi renomeada para The Adventures of Superman (As aventuras do Superman) a partir da edição 424 e foi inicialmente escrita por Marv Wolfman e desenhada por Jerry Ordway, mas Byrne assumiu a maior parte dos roteiros depois de um ano, das edições 436 a 442 e 444. 



             Como 1988 marcou o aniversário de 50 anos da criação do Superman, Byrne fez mais projetos relacionados ao personagem enquanto trabalhava em seus títulos  mensais ao mesmo tempo: ele escreveu a Graphic Novel Superman: The Earth Stealers e as mini-séries: O Mundo de Krypton (The World of Krypton), O Mundo de Metrópolis (The World of Metropolis) e O Mundo de Pequenópolis (The World of Smallville). 




            Depois de sua passagem inicial pelas revistas do Superman de 1986-1988, Byrne voltaria como arte-finalista convidado em Adventures of Superman Annual #2 e Superman #50 em 1990. E retornaria novamente para uma história  Túnel do Tempo (também conhecidas como Elseworlds) escrevendo e desenhando em Action Comics Annual #6 de 1994.


            
         John Byrne passou mais ou menos dois anos nas revistas do Superman. Sua insatisfação veio de uma percepção pessoal de que lhe faltava “apoio intencional” na DC. Para aumentar o distanciamento entre a empresa e o artista havia o fato de que a versão do Superman que a DC licenciara para merchandising era contrária àquela que Byrne representava nos quadrinhos.  Hoje em dia, muito da visão de Byrne para o personagem se mantém no Universo da DC Comics e nas subsequentes adaptações para a tv e o cinema. A influência de Byrne pode ser vista nas séries live-action Lois & Clark: As Novas Aventuras do Superman (Lois & Clark: The New Adventures of Superman):


                  Smallville:



              Na série animada de Paul Dini e Bruce Timm Super-Homem (Adventures of Superman):




                  E até no famigerado Superman, O Retorno (Superman Returns) de Bryan Singer, na cena em que Lois está presa em um avião prestes a se chocar com o chão, mas é resgatada pelo Superman, numa referência à cena do ônibus espacial do início da série de Byrne.



            Em entrevistas durante a campanha promocional do filme Homem de Aço (Man of Steel) David Goyer reconheceu abertamente a mini-série de Byrne como uma influência importante, especialmente no que se refere ao processo reprodutivo kryptoniano mostrado nesta cena do filme:



             A influência de Byrne é também mostrada no episódio piloto da série mais recente da Supergirl, em que Kara é forçada a revelar sua existência ao público ao salvar um avião em queda:
Fim da Parte 3


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