Uma das características das
Mitopéias que as diferencia das mitologias clássicas é que seus autores são facilmente
identificáveis. Algumas como o Senhor dos Anéis (J.R.R. Tolkien) e A Torre
Negra (Stephen King) possuem apenas um único criador, enquanto outras, como o
Multiverso DC e o Multiverso Marvel dos quadrinhos, foram construídos através
de esforços colaborativos de diversos autores no decorrer de décadas.
Um dos autores que mais
contribuiu para essas duas fabulosas mitopéias quadrinísticas foi John Lindley
Byrne, mais conhecido simplesmente como John Byrne.
Nascido em 6 de Julho de 1950 em
Walsall, West Midlands, Inglaterra, o cartunista é lembrado por escrever e
desenhar histórias emblemáticas de personagens importantes tais como A Saga da
Fênix Negra dos X-Men e Homem de Aço do Superman.
Seu primeiro contato com
quadrinhos, foi aos 8 anos de idade, enquanto morava em West Bromwich,
Inglaterra, com seus pais, Frank e Nelsie, e sua avó materna:
“Minha jornada para os
quadrinhos começou com George Reeves de
‘As aventuras do Superman’ que passava na rede de tv BBC na Inglaterra quando
eu tinha uns 6 anos de idade. Não muito tempo depois que comecei a assistir à
série, vi um Anual preto e branco de capa dura que estava sendo publicado lá
naquela época e logo depois encontrei uma cópia de uma reimpressão autraliana
chamada Super Comics que tinha histórias do Superboy, Johnny Quick e
Batman. A história do Batman me fisgou para o resto da vida! Alguns anos depois, minha família mudou-se
para o Canadá (nada menos do que pela segunda vez!) e descobri a incrível
variedade de quadrinhos americanos disponíveis na época’.
Seu primeiro encontro com os
quadrinhos da Marvel foi em 1962 com Fantastic Four #5 de Stan Lee e Jack
Kirby. Mais tarde, Byrne comentaria que “a revista tinha um jeito diferente de
tudo o que a DC publicaa na época”. O trabalho de Jack Kirby particularmente
teve uma ponderosa influência sobre Byrne e ele trabalhou com muitos dos
personagens que Kirby criou e co-criou. Além de Kirby, Byrne foi influenciado
pelo estilo realista de Neal Adams.
Em 1970, Byrne entrou para a
Alberta College of Art and Design em Calgary. Ele criou a paródia super-heróica
Gay Guy para o jornal da faculdade,
que zombava do estereótipo de homosexual que existia no campus sobre os alunos
do curso de artes. Confira algumas páginas da Gay Guy abaixo:
Ainda na faculdade, Byrne publicou seu primeiro quadrinho, ACA Comix #1, estrelando “The Death’s Head Knight” (algo como O Cavaleiro da Cabeça da Morte, numa tradução livre). Byrne deixou a faculdade em 1973
sem se formar. Ele entrou para o mercado mainstream de quadrinhos com um
trabalho na “Fan Art Gallery” na publicação promocional da Marvel chamada FOOM
no início de 1974 e ao ilustrar uma história de duas páginas escrita por Al Hewtson na revista de terror
em preto e branco Nightmare #20 (agosto
de 1974) da Skywald Publications.
Começou, a partir de então, a fazer
trabalhos freelance para a Charlton Comics, fazendo sua estréia numa HQ
colorida na história backup da revista do
E-man, Rog-2000, que mostrava um robô que ele tinha criado na metade dos
anos 1970 e que tinha sido batizado por seus colegas Roger Stern e Bob Layton
que usavam o personagem como mascote em pequenas ilustrações em seu fanzine CPL
(Contemporary Pictorial Literature, algo como Literatura Pictórica
Contemporânea, numa tradução livre). Uma história do Rog-2000 escrita por Stern
com arte de Byrne e Layton chamou a atenção do editor da Charlton Comics,
Nicola Cuti, que fez um convite a Byrne. Escrito por Cuti, “Rog-2000” se tornou
presença quase que constante na revista
em quadrinhos do E-Man da Charlton Comics, começando com a história de oito
páginas “That Was No Lady” na edição #6 de Janeiro de 1975.
Embora este tenha sido o primeiro
trabalho colorido publicado de Byrne “minha primeira venda profissional de
quadrinhos foi para a Marvel, uma história curta chamada ‘Dark Asylum’, que ficou jogada de canto num arquivo por muito tempo
até ser usada como filler em Giant-Size Dracula #5 de Junho de 1975, muito tempo
depois da primeira história do Rog”. O argumento da história foi escrito por
Tony Isabella e o roteiro foi escrito por David Anthony Kraft.
Depois
da história de Rog-2000, Byrne passou a trabalhar em outros quadrinhos da
Charlton: Wheelie and the Chopper Bunch, Space:1999 e Emergency!, e co-criou
com o escritor Joe Gill a série de ficção-científica pós-apocalíptica Doomsday
+1. Byrne também desenhou a capa da antologia sobrenatural The Many Ghosts of
Doctor Graves #54, de dezembro de 1975.
Byrne disse que entrou de verdade para a
Marvel depois que Chris Claremont “viu meu trabalho na Charlton e começou a me
agitar para desenhar alguma coisa que ele escrevesse. Quando [o artista] Pat
Broderick perdeu o prazo de uma edição do Punho de Ferro, [o gerente de
produção] John Verpoorten o demitiu e me ofereceu a revista… terminei o
primeiro roteiro a tempo e então comecei a conseguir mais trabalhos da Marvel,
até que consegui sair da Charlton e focar completamente nas coisas na Marvel”
Byrne
continuou a desenhar séries de HQs incluindo The Champions (Os Campeões) e
Marvel Team-Up. A primeira vez que Byrne desenhou os X-Men, alias, foi em Marvel
Team-Up #53. Por muitas edições, ele fez dupla com Claremont, inclusive em
algumas edições em preto e branco da Marvel Preview estreladas pelo Senhor das
Estrelas. Essas histórias foram arte-finalizadas por Terry Austin, que depois
se juntaria a Claremont e Byrne para fazer os X-Men!!
Fim da Parte 1
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