sexta-feira, 18 de novembro de 2016

John Byrne Parte 1




Uma das características das Mitopéias que as diferencia das mitologias clássicas é que seus autores são facilmente identificáveis. Algumas como o Senhor dos Anéis (J.R.R. Tolkien) e A Torre Negra (Stephen King) possuem apenas um único criador, enquanto outras, como o Multiverso DC e o Multiverso Marvel dos quadrinhos, foram construídos através de esforços colaborativos de diversos autores no decorrer de décadas. 

Um dos autores que mais contribuiu para essas duas fabulosas mitopéias quadrinísticas foi John Lindley Byrne, mais conhecido simplesmente como John Byrne.

Nascido em 6 de Julho de 1950 em Walsall, West Midlands, Inglaterra, o cartunista é lembrado por escrever e desenhar histórias emblemáticas de personagens importantes tais como A Saga da Fênix Negra dos X-Men e Homem de Aço do Superman.

Seu primeiro contato com quadrinhos, foi aos 8 anos de idade, enquanto morava em West Bromwich, Inglaterra, com seus pais, Frank e Nelsie, e sua avó materna:

“Minha jornada para os quadrinhos começou com  George Reeves de ‘As aventuras do Superman’ que passava na rede de tv BBC na Inglaterra quando eu tinha uns 6 anos de idade. Não muito tempo depois que comecei a assistir à série, vi um Anual preto e branco de capa dura que estava sendo publicado lá naquela época e logo depois encontrei uma cópia de uma reimpressão autraliana chamada Super Comics que  tinha histórias do Superboy, Johnny Quick e Batman. A história do Batman me fisgou para o resto da vida!         Alguns anos depois, minha família mudou-se para o Canadá (nada menos do que pela segunda vez!) e descobri a incrível variedade de quadrinhos americanos disponíveis na época’. 

Seu primeiro encontro com os quadrinhos da Marvel foi em 1962 com Fantastic Four #5 de Stan Lee e Jack Kirby. Mais tarde, Byrne comentaria que “a revista tinha um jeito diferente de tudo o que a DC publicaa na época”. O trabalho de Jack Kirby particularmente teve uma ponderosa influência sobre Byrne e ele trabalhou com muitos dos personagens que Kirby criou e co-criou. Além de Kirby, Byrne foi influenciado pelo estilo realista de Neal Adams.

Em 1970, Byrne entrou para a Alberta College of Art and Design em Calgary. Ele criou a paródia super-heróica Gay Guy para o jornal da faculdade, que zombava do estereótipo de homosexual que existia no campus sobre os alunos do curso de artes. Confira algumas páginas da Gay Guy abaixo: 





Ainda na faculdade, Byrne publicou seu primeiro quadrinho, ACA Comix #1, estrelando “The Death’s Head Knight” (algo como O Cavaleiro da Cabeça da Morte, numa tradução livre). Byrne deixou a faculdade em 1973 sem se formar. Ele entrou para o mercado mainstream de quadrinhos com um trabalho na “Fan Art Gallery” na publicação promocional da Marvel chamada FOOM no início de 1974 e ao ilustrar uma história de duas páginas  escrita por Al Hewtson na revista de terror em preto e branco Nightmare #20 (agosto de 1974) da Skywald Publications.



Começou, a partir de então, a fazer trabalhos freelance para a Charlton Comics, fazendo sua estréia numa HQ colorida na história backup da revista do  E-man, Rog-2000, que mostrava um robô que ele tinha criado na metade dos anos 1970 e que tinha sido batizado por seus colegas Roger Stern e Bob Layton que usavam o personagem como mascote em pequenas ilustrações em seu fanzine CPL (Contemporary Pictorial Literature, algo como Literatura Pictórica Contemporânea, numa tradução livre). Uma história do Rog-2000 escrita por Stern com arte de Byrne e Layton chamou a atenção do editor da Charlton Comics, Nicola Cuti, que fez um convite a Byrne. Escrito por Cuti, “Rog-2000” se tornou presença  quase que constante na revista em quadrinhos do E-Man da Charlton Comics, começando com a história de oito páginas “That Was No Lady” na edição #6 de Janeiro de 1975.


Embora este tenha sido o primeiro trabalho colorido publicado de Byrne “minha primeira venda profissional de quadrinhos foi para a Marvel, uma história curta chamada ‘Dark Asylum’, que ficou jogada de canto num arquivo por muito tempo até ser usada como filler em Giant-Size Dracula #5 de Junho de 1975, muito tempo depois da primeira história do Rog”. O argumento da história foi escrito por Tony Isabella e o roteiro foi escrito por David Anthony Kraft.

 Depois da história de Rog-2000, Byrne passou a trabalhar em outros quadrinhos da Charlton: Wheelie and the Chopper Bunch, Space:1999 e Emergency!, e co-criou com o escritor Joe Gill a série de ficção-científica pós-apocalíptica Doomsday +1. Byrne também desenhou a capa da antologia sobrenatural The Many Ghosts of Doctor Graves #54, de dezembro de 1975.

Byrne disse que entrou de verdade para a Marvel depois que Chris Claremont “viu meu trabalho na Charlton e começou a me agitar para desenhar alguma coisa que ele escrevesse. Quando [o artista] Pat Broderick perdeu o prazo de uma edição do Punho de Ferro, [o gerente de produção] John Verpoorten o demitiu e me ofereceu a revista… terminei o primeiro roteiro a tempo e então comecei a conseguir mais trabalhos da Marvel, até que consegui sair da Charlton e focar completamente nas coisas na Marvel”


          Byrne continuou a desenhar séries de HQs incluindo The Champions (Os Campeões) e Marvel Team-Up. A primeira vez que Byrne desenhou os X-Men, alias, foi em Marvel Team-Up #53. Por muitas edições, ele fez dupla com Claremont, inclusive em algumas edições em preto e branco da Marvel Preview estreladas pelo Senhor das Estrelas. Essas histórias foram arte-finalizadas por Terry Austin, que depois se juntaria a Claremont e Byrne para fazer os X-Men!!

Fim da Parte 1


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